Praticando o livre pensar.

No dizer de Millôr Fernandes: livre pensar, é só pensar!

Quando estudei na Universidade Católica do Recife, nosso professor de filosofia, ao apresentar a disciplina em nosso primeiro encontro, nos fez ver que quando uma pessoa pergunta: “Qual é a tua?”, estaria suprimindo uma palavra complementar.

Para ele, essa pergunta, na íntegra, era: “Qual é a tua filosofia de vida?”

Era a década de 1970 e, naqueles tempos, perguntar “qual é a tua?” era uma forma descolada de cumprimento jovial.

Podia ser também uma afronta, quando pronunciada com ênfase desafiador, comprando uma briga com adversário.

O professor era um padre de meia idade que rapidamente conquistou a turma. A aula de filosofia, de início tratada com desdém numa turma de estatística, passou a ser aguardada e parecer um refresco em meio aos cálculos diferenciais e integrais ou conceitos de FORTRAM, em Tércio Pacitti. Era um bate papo agradável e íntimo, cheio de narrativas de fatos corriqueiros, traduzidos para um significado transcendental.

O objetivo da disciplina foi alcançado e ficou claro para todos: filosofia é um exercício vivo de questionar e explicar a vida, os comportamentos, os relacionamentos, a existência, enfim. A confusão inicial de que estudar filosofia seria estudar os antigos filósofos e respectivas escolas, desapareceu por completo. Percebi que filosofar é uma prática imediata de elucubrar.

O que chamo de Livre Pensar é uma forma de interpretar – a meu modo – as vicissitudes da vida.

E não faço enquadramento nem comparações entre escolas: Penso, logo digo.

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